Humilde dedicátoria ao ídolo literário
ao pensar luas
criei estrelaao pensar luas
no meu medo
eterna fuicalei quando escutei
o mundoabsorto no nada infinito.
Sou paisagem também.
a paz dos leitos ainda me machucam
a nascente se faz vivaporque nasce
e o sol brilha além de nós.à tardezinha, bem perto da cadeira de balanço
existe um grilo rouco
que fala sobretudo isso
Ouça-o quem pode
quem não pode
se sacode.
2 comentários:
aah lindo!
"No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos -
O verbo tem que pegar delírio."
Manoel de Barros
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