segunda-feira, 9 de março de 2009

Vernissage

Angústia que chega, arrebata machuca borbulha e adormece faz doer e cresce, o coração aflito pequeno, inflama reclama angústia que clama que chama e que ama. amor que reflete e remete a culpa, a dor angústia que sangra e mancha e desmancha e dói e corrói, amor que não pára não sara, não sai. Angústia sorrateira maldita e enferma, doente de gozo, o pudor a falta a loucura, só pode ser ela, a loucura. De repente não sente não demora não pára não separa, e tudo se espalha e se esvai, dormência e demência, um saco sem fundo, soluço profundo não deixa, calado. olho sem olhar, cabeça parindo pensando e vomitando, palavras dilemas poemas e suor. Ardência dos vivos a penitência, dos que tem sede e que tem medo, dos covardes, os aflitos malditos cabritos, rebanho do vício da paixão do sim e do não, a ambivalência de uma nação que vive aqui bem dentro de si. Si, eu nós vós, angústia senhores, incerteza da voz. Ambíguo o umbigo no meio, do lado o mundo parado e no fim, o início.
Angústia morta-viva quando vem pede luva de pelica.

Um comentário:

Maria Cecília disse...

"..lá eu vi a fé e a paixão, lá eu vi a agonia da barca dos homens.."

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